sábado, 15 de janeiro de 2011

Religião e mercado de trabalho


Por mais distante que possa parecer, mercado de trabalho e as manifestações religiosas se encontram dentro do ambiente organizacional. E geralmente a sua primeira aparição ocorre no ato da entrevista de seleção ,quando muitas vezes, se é indagada qual a crença do referido candidato. Já pararam para se perguntar qual o  peso que as organizações postulam para esse item?

Para alguns é possível pensar que se trata de um caso pontual para a questão da seleção. Mas não para por aí. Estive essa semana em Salvador e  justo no dia 13/01 foi  festejada a lavagem das escadarias da Igreja do Bonfim, o evento faz parte de um dos rituais do culto afro mais tradicional da cidade.  Em ocasião do fato muitas empresas concederam a seus funcionários folga, mesmo sem ser oficialmente feriado no local. Assim como inúmeras outras não tiveram a mesma flexibilidade para promover a concessão.

Sem ousar dar uma medida do que vem a ser certo ou errado, é verdade que em muitas empresas , existe uma simbiose entre a crença de seus dirigentes e a condução do negócio. Em minha andança profissional já pude presenciar em alguns locais que trabalhei  empresas que dedicam momentos para celebrações de fundo religioso, como por exemplo: reuniões espiritualistas , meditações orientais, missas ou cultos. Outro formato muito comum é o envio de e-mails com mensagens de caráter religioso.

Como profissional de organização e métodos ( O&M), devo estar incumbida de gerar normas e procedimentos as empresas e sempre digo que o negócio não deve perder sua identidade. E parte  dele é fomentada por sua diretoria e sócios , já a outra é composta pelo time de colaboradores que compõe a organização. Propor sistematicamente momentos cujo mote esteja relacionado à crença, mesmo que não compulsório, pode gerar desconforto na equipe e isso pode interferir na produtividade.  É importante a avaliação cuidadosa e imparcial na hora de tomar esse tipo decisão. Quanto a qualquer e-mail de natureza não profissional, não recomenda-se que seja enviado no horário comercial, tampouco fazendo uso do e-mail corporativo.

 A reunião de pessoas em prol do alcance de um objetivo é um singelo conceito para descrever as organizações. Lidar com a diversidade e a estima da tolerância de variadas crenças é de fundamental importância para ambas as faces da moeda ( sócios / colaboradores). Não exagerar na dose e procurar evitar os excessos, é uma boa opção de convivência  e de tornar ainda mais especial os momentos que são lançados mão desse artíficio. A máxima de que menos é mais , serve bastante para casos como esse. E vocês o que acham?
A gente se encontra no próximo post !



2 comentários:

  1. Eu percebo um senso pessoal para o assunto em pauta, não discordando das características que identificam uma organização como tal.
    Mas também não desprezando o que podemos chamar de "tendências contemporâneas de gestão", inserindo nos intervalos do jornadear momentos de reflexão religiosa....isso já é feito para a ginástica laboral.

    Adenes Araujo

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  2. Gostei da comparação com a ginástica laboral.
    Sabe eu compreendo que a ginástica laboral precisa ser adaptada para cada colaborador. Por exemplo um cadeirante poderá participar, porém precisa ser algo adequado para ele. Que de fato acrescente a qualidade de vida dele no trabalho.
    O mesmo cuidado deve se ter com as manifestações religiosas,para de fato contribuir para qualidade de vida das pessoas.
    Penso que é necessário habilidade para isso,assim como o profissional de fisioterapia ou educação física tem a competência para ginástica laboral.A empresa deve buscar competências para introduzir assuntos relacionados a fé.Caso ela não tenha um profissional com esse knowhow deve tomar cuidado com o uso dessas técnicas =)

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